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Marx e Engels: Manifesto Comunista

25 mar

“Proletários de todos os países, uni-vos!”

1)  O que são classes sociais?

O conceito de classe é histórico e que se constituem nas relações de produção e antagônica entre o proletariado e os donos dos meios de produção, ou seja, as classes são definidas principalmente pelas diferenças econômicas. “Para ele [Marx] as classes são determinadas historicamente e produtos da sociedade em questão. Porém, as classes sociais propriamente ditas são relacionadas à sociedade moderna, que advém da Revolução Industrial. Sendo assim, para Marx, as classes são produtos da sociedade capitalista.”(Diéguez, Carla¹). Nossa sociedade hoje é dividida pela definição de classe de Marx.

“A burguesia e o proletariado são classes revolucionárias e antagônicas. Revolucionárias e antagônicas porque uma instaura o capitalismo, a outra começa a lutar pela destruição do regime no próprio instante em que ele aparece. Porque aparece alienado no produto do seu trabalho, ao produzir a mais valia, o proletariado lutará para suplantar essa situação. Porque aparece desde o princípio como a classe que se apropria da mais valia, a burguesia começa a deixar de ser revolucionária na ocasião em que se constitui. Nesse instante, passa a preocupar-se principalmente com a preservação e o aperfeiçoamento do status. Por dentro da revolução burguesa começa a formar-se a revolução proletária.”

2) Quando e como surge o proletariado?

O proletariado passou a existir com a Revolução Industrial, porém antes já havia a população pobre que vivia nos campos. O proletariado surgiu pelo fato de como nem todos tinham condições para financiar as máquinas que despontavam da Revolução Industrial e como os trabalhadores dos teares manuais não produziam tecidos tão rápido e nem tão baratos, passaram a vender sua força de trabalho para a indústria que começou a dividir o trabalho de tal forma que um operário não conhecia todo o processo de produção do produto que fabricava, enriquecendo o dono do capital. Com essa revolução, surgiram duas classes sociais:

I) Classe dos detentores de capital: burguesia

II) Classe dos que vendem sua força de trabalho aos detentores do capital: proletários.

3) O que gera o movimento histórico?

“A história de toda a sociedade até aos nossos dias nada mais é do que a história da luta de classes”.

Para Marx, qualquer que seja a época considerada, a sociedade é o lugar de um conflito – aberto ou dissimulado – entre opressores e oprimidos.

“Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação evolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suas classes em luta.”

4) O que são forças produtivas?

Na raiz dos conflitos está a apropriação privada dos meios de produção, que determina a exploração e a pobreza dos que não têm os meios de produzir a sua subsistência e o enriquecimento dos que exploram a força de trabalho daqueles que nada mais possuem senão isso. No devir da humanidade, são, em última análise, as infraestruturas (as relações de produção e as forças produtivas) que determinam as superestruturas (as produções intelectuais).

Segundo Marx, a base material é formada por forças produtivas (que são as ferramentas, as máquinas, as técnicas, tudo aquilo que permite a produção) e por relações de produção (relações entre os que são proprietários dos meios de produção as terras, as matérias primas, as máquinas – e aqueles que possuem apenas a força de trabalho).

Ao se desenvolverem as forças produtivas trazem conflito entre os proprietários e os não proprietários dos meios de produção. O conflito se resolve em favor das forças produtivas e surgem relações de produção novas, que já haviam começado a se delinear no interior da sociedade antiga. Com isso, a superestrutura também se modifica e abre-se possibilidade de revolução social. 

5) O que são relações de produção?

Relações de Produção são a forma como os homens se organizam para produzir a riqueza. Para participar da geração da riqueza produzida na nossa sociedade, as pessoas tem que procurar um emprego, ou seja, elas procuram alguém que queira contratar o trabalho dela e que em troca ofereça um salário. De modo que o assalariamento é a relação de produção típica da nossa sociedade. As relações de produção são também chamadas de Estrutura Econômica, pois toda a economia de uma sociedade, em dado momento da história, caracterizar-se-á pelas relações de produção que forem hegemônicas.

6) O que é alienação e qual a sua relação com o Trabalho?

Tanto em Marx quanto em Hegel, alienação está ligada ao trabalho. Para Hegel, o trabalho é a essência do homem, quer dizer, é somente por meio de seu trabalho que o homem pode realizar plenamente suas habilidades em produções materiais. Alienação, para Marx, tem um sentido negativo (em Hegel, é algo positivo) em que o trabalho, ao invés de realizar o homem, o escraviza; ao invés de humanizá-lo, o desumaniza.

O homem troca o verbo SER pelo TER: sua vida passa a medir-se pelo que ele possui, não pelo que ele é. 

Marx concebeu diferentes formas de alienação, como a religião ou o Estado, em que o homem, longe de tornar-se livre, cada vez mais se aprisionaria. Mas uma alienação é básica: a alienação econômica, que pode ser descrita de duas formas: o trabalho como (a) atividade fragmentada e como (b) produto apropriado por outros.

No primeiro caso (atividade fragmentada), a separação do trabalho, em todas as suas instâncias, aliena o trabalhador, que não se reconhece mais em uma atividade – porque ele faz apenas uma peça de um carro em uma escala produtiva e não tem a visão do conjunto, por exemplo – e porque acaba desenvolvendo apenas uma de suas habilidades, seja braçal ou intelectual, provocando, com isso também, uma divisão social.

No segundo caso, o trabalhador tem a riqueza gerada pelo seu trabalho tomada pelos proprietários dos meios de produção. Ele é levado a gerar acumulação de capital e lucro para uma minoria, enquanto vive na pobreza.

Divisão do trabalho e acumulação de capital, que, juntos, formam a base de uma sociedade capitalista, são também as fontes de alienação moderna, segundo Marx, por meio das quais se constitui um sistema de dominação. 

7) Por que Marx vê o papel revolucionário na burguesia?

Marx vê um papel revolucionário na burguesia, pois essa classe criou “um mundo parecido com ela mesma” e foi a primeira a provar os feitos que a atividade humana pode realizar.

Historicamente, a burguesia cumpriu um papel revolucionário, com suas ações destruiu os modos de organização produtivos feudais. Com a proteção das corporações da Idade Média foi possível a acumulação de capital, o desenvolvimento do comércio marítimo e a fundação das colônias, sendo assim a manutenção das velhas estruturas feudais constituíam-se num entrave à continuidade da contínua expansão. A burguesia então destruiu os modos de organização do trabalho, as formas da propriedade no campo e na cidade; debilitou as antigas classes dominantes como a aristocracia feudal e o clero, substituiu a legislação feudal, e eliminou os impostos e obrigações feudais, as corporações de ofício, o sistema de vassalagem que impedia que os servos se transformassem nos trabalhadores livres e mesmo o regime político monárquico nos casos em que sua existência representava um obstáculo ao pleno desenvolvimento das potencialidades da produção capitalista.

Mais do que uma mudança nos processos produtivos, toda a organização política do Estado, as forças sociais em que este se sustentava e a outras instituições, tais como o sistema jurídico e tributário, a moral, religião, cultura e ideologia foram modificadas pela ação burguesa.

Antes a burguesia era uma classe marginalizada pela sociedade. Ela não se “classificava” no sistema: não era serva, nem nobre e nem do clero. Segundo Marx, o modo de produção capitalista instaurado pela burguesia, estende-se a todas as nações. A premência de encontrar novos mercados, matérias-primas e de gerar novas necessidades leva-a a estabelecer-se em todas as partes.

Nesse contexto, a burguesia exerce papel revolucionário e inovador na sociedade, sendo a maior provedora de mudanças em nossa sociedade, pois vive em um processo de contínua mudança.

8) Por que o modo de produção capitalista é transitório?

De acordo com Marx, o modo de produção capitalista é transitório, estando sujeito a crises econômicas cíclicas. O capitalismo estaria condenado a extinguir-se com a eclosão de um processo de revolução social.

O capitalismo se divide em duas classes antagônicas (proletariado e burguesia). É o meio de produção onde as forças produtivas se desenvolvem ao máximo, havendo alta exploração do trabalhador.

É ao proletariado que Marx atribui o papel de agente transformador da sociedade capitalista. Por meio de um processo revolucionário, as condições de apropriação e concentração dos meios de produção existentes em mãos de uma classe desaparecem e, a partir de então, inicia-se um processo de fundação da sociedade sobre novas bases.

No caso de uma revolução proletária, na medida em que desaparecessem as garantias da propriedade privada dos meios de produção, o mesmo aconteceria com a burguesia como classe e com o modo capitalista de produção. Formaria-se, então, uma nova forma de organização social que, numa fase transitória, seria uma “ditadura do proletariado” mas, ao realizar todas as condições a que se propôs, tornaria-se uma sociedade comunista. 

FONTES:

Marx, Karl; Engels, Friedrich, Manifesto do Partido Comunista

http://www.moreira.pro.br/textose11.htm

http://contextopolitico.blogspot.com.br/2008/12/ideologia-e-as-classes-sociais-em-marx.html

http://www.marxists.org/portugues/tematica/rev_prob/21/teoria.htm

http://www.youtube.com/watch?v=XFXg7nEa7vQ

http://www.sinprorp.org.br/clipping/2008/081.htm

http://educacao.uol.com.br/filosofia/marx—alienacao-do-espirito-absoluto-de-hegel-a-realidade-concreta.jhtm

http://prosouza.blogspot.com.br/2010/07/karl-marx-individuo-x-sociedade.html

 
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Publicado por em 25 de março de 2012 em EDS

 

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